O esporte se distingue das demais atividades humanas por sua elevada
emocionalidade. Os sentimentos provocados pelas competições são
vivenciados não só pelos participantes diretos como também por numerosos
observadores e espectadores. São exatamente a riqueza emocional e os
numerosos momentos de tensão que atraem milhares de pessoas para esta
prática.
Os processos emocionais podem acompanhar, regular e
apoiar a ação desportiva, mas também podem perturbá-la e até impedi-la.
As emoções são expressas na vivência, no comportamento e nas alterações
fisiológicas do corpo. Distinguem-se como dimensões de efeito sobre a
ação e a vivência: intensidade, tensão, nuança de prazer ou desprazer e
complexidade.
No esporte, a influência dos aspectos emocionais
desempenha papel fundamental no estado pré-competitivo. A expectativa
que antecede uma partida produz tensões emocionais (insegurança,
ansiedade, medo, tensão, etc.) que podem ser tão intensas que requerem o
emprego de medidas psicorreguladoras (equilíbrio mental) especiais como
as técnicas de relaxamento, a fim de ajustar a excessiva tensão
psíquica com suas conseqüências psicofisiológicas (alterações no humor,
sudorese, contrações musculares, taquicardia etc.) negativas ao grau
adequado para o bom desempenho.
Uma importante função da emoção
para nossa apreciação é seu efeito regulador sobre o comportamento. As
emoções influenciam nossa ação como reação a estímulos desencadeantes da
ação, e as emoções provocam ações com objetivos de diminuição da tensão
emocional.
Um atleta pode ficar tão contente por conseguir uma
boa jogada que procurará, nas ações seguintes, repetir este estado
quantas vezes lhe for possível. Mas se o seu excelente chute a gol for
anulado por uma falta, isto pode causar tanta raiva que as emoções
acumuladas se transformam em agressão contra o jogador que cometeu a
falta, contra o juiz ou contra a equipe adversária. O comportamento
agressivo no esporte não serve para enfrentar, de modo racional, seu
ambiente social, embora não seja possível a diferenciação do atleta e o
cidadão. São duas faces psicológicas de uma mesma pessoa. Jung descreveu
este processo como a formação da /persona/. Amigos, vocês já notaram
que, deste o momento em que acordam até a hora de dormir, todos nós
desempenhamos vários papéis no tal ambiente social? O filho, amigo,
trabalhador, cidadão, profissional e tantas outras. No exemplo do
esporte, o papel de atleta é apenas mais um dentro de tantos outros
vivenciados no dia a dia destas pessoas.
No tratamento dos
processos emocionais, pensa-se que as ocorrências se sucedem somente no
próprio indivíduo, de modo que seja importante apenas para quem vivencia
as emoções. Esquece-se que os processos emocionais, muitas vezes, só
ocorrem em situações em que haja interações entre várias pessoas, cujo
comportamento pode influenciar a mencionada situação. Há, portanto, uma
extrema importância na ação social sobre as emoções dos atletas.
A
análise cuidadosa e diferenciada dos processos emocionais que
influenciam a ação desportiva representa um valioso campo de pesquisas
psicológicas no esporte. Os conhecimentos obtidos são de grande valia
para os praticantes de esporte, especialmente com vistas à vivência e
absorção dos processos emocionais relacionados com a performance
esportiva.
Fonte: www.gazetaesportiva.net
terça-feira, 10 de setembro de 2013
O Psicologico no esporte
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