quinta-feira, 2 de maio de 2013

A graduação no Karate

Os mestres de caratê não usavam nenhum padrão para identificar o nível de cada apedeuta, de modo prosaico identificavam particularmente quem estava mais ou menos avançado nos conhecimentos. Paulatinamente, passou-se, de um jeito ou de outro, a se utilizar do sistema menkyo (vigente ainda nas escolas tradicionalistas) para certificar o grau de conhecimentos de um praticante, basicamente destacando-se três níveis:

  • Shodan (初段): significando que se havia adquirido o status de principiante;
  • Chudan (中段 Chūdan): significava a obtenção de um nível médio de prática. Isso significava que o indivíduo estava seriamente comprometido com sua aprendizagem, escola e mestre; e
  • Jodan (上段 Jōdan): a graduação mais alta. Significava o ingresso no Okuden (escola, sistema e tradição secreta das artes marciais).
Se o indivíduo permanecia dez anos ou mais junto ao seu mestre, demonstrando interesse e dedicação, recebia o menkyo, a licença que permitia ensinar. Essa licença podia ter diferentes denominações como: Sensei, Shihan, Hanshi, Renshi, Kyoshi, dependendo de cada sistema em particular. A licença definitiva que podia legar e outorgar acima do menkyo, era o certificado kaiden, além de habilitado a ensinar, implicava que a pessoa havia completado integralmente o aprendizado do sistema.
Depois, sob a influência de Gichin Funakoshi, adoptou-se o sistema de faixas coloridas, que foi elaborado por Jigoro Kano para seus alunos, com o escopo de, além de deixar claro o nível do praticante, estabelecer um «caminho» a ser percorrido, o que era uma ideia muito cara à filosofia do /tao.
Inicialmente, em alguns casos (distinguir entre homens e mulheres ou níveis mais altos) os cintos de algodão cru usados não eram tingidos de modo uniforme, mas para se diferenciarem das outras artes marciais, havia a cor do grau ladeada por tingimento das bordas em cor distinta. Esse modelou não vigeu por muito tempo (alguns estilos ainda usam), passando a ser igual ao do judô. Por outro lado, posto que se almejasse estabelecer um modelo único (a ideia original), cada estilo/escola passou a estabelecer seus próprios graus e sequência de cores. Nesse mesmo espírito, alguns possuem cores diferentes para designar os graus mais elevados, por exemplo, com o cinto coral (vermelho e branco intercalados).
O sistema atual que rege a maioria das artes marciais usando kyu ("classe") e dan ("grau"), foi criado pelo fundador do judô. Kano era um educador e conhecia as pessoas, sabendo que são muitos os que necessitam de estímulos imediatamente depois de haver começado a praticar artes marciais. A ansiedade desse tipo de praticante não pode ser saciada por objetivos em longo prazo.
A graduação no caratê é importante para indicar o nível de experiência dos praticantes, e é vista como sinal de respeito para os atletas menos graduados. Para demonstrar a graduação os caratecas usam uma faixa com uma cor na região da cintura. A ordem das cores das graduações variam de estilo para estilo mas como padrão, o grau de intróito é marcao pela cor branca.
Na classificação de orientada por cores, o termo kyu significa classe, sendo que essa classificação é em ordem decrescente. Na classificação de mestres (com cinturão ou faixa pretos), dan significa grau, sendo a primeira faixa preta a de primeiro dan; a subsequente, o segundo dan'; e assim por diante em ordem crescente. Em um plano simbólico, o branco representa a pureza do principiante, e o preto se refere aos conhecimentos apurados durante anos de treinamento.
Desde que foi estabelecido e aceito o sistema de níveis coloridos, a graduação do caratê assemelhou-se muito ao seriamento escolar, num paradigma no qual os alunos galgam graus ascendentes (e mais complexos) até que obtenham o de mestre. No exame, são procedidos testes com diferentes características e exigências, de acordo com o grau de conhecimentos exigidos para o nível imediatamente anterior, ou seja, o aluno obtém a próxima graduação, se conseguir demonstrar que aprendeu a todo o conhecimento correspondente ao grau que ocupa e pretende superar; em tese, somente quando o aluno aprendeu tudo de um estágio é que está pronto para prosseguir no caminho do caratê. Habitualmente, também se exige certo período de tempo entre um exame e outro.
Não existe um consenso sobre os programas dos exames de faixa, variando de organização para organização, ou mesmo de dojôs.

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